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Barranha oficializa entrada na rede das Aldeias de Portugal

Cogumelos silvestres foram reis em evento de valorização do património natural, material e imaterial da localidade e de oficialização à rede das Aldeias de Portugal

 

“Vamos aos míscaros” é um termo ouvido com frequência no concelho de Aguiar da Beira, nomeadamente no período entre outubro e início de dezembro, como referência ao ato de ir apanhar cogumelos selvagens, e foi também o nome do evento que a aldeia da Barranha, na freguesia de Eirado, realizou, a 6 de novembro, para promover uma atividade que é cultural, e assinalar a adesão à rede das Aldeias de Portugal.

A iniciativa, que integra o plano de atividades da aldeia, pretendeu “valorizar o património natural, material e imaterial da localidade, através de atividades tradicionais à volta da natureza, gastronomia, produtos endógenos e do convívio social”, atraindo dezenas de pessoas para festejar com a população residente.

As festividades iniciaram logo pela manhã com a apanha de míscaros com coletores locais, seguido de um almoço convívio, onde o arroz de míscaros, javali e outras iguarias, confecionadas pelos habitantes locais no forno comunitário, e servido nas adegas e espaços baixos das casas da aldeia, fizeram as delícias de mais de uma centena de pessoas.

No espaço da antiga escola primária e agora centro de convívio dos sócios e visitantes da Associação de Amigos da Escola da Barranha (AAEB), houve durante a tarde muita animação musical, com tocadores de concertina e acordeão; um mercadinho rural repleto de produtos locais e de onde sobressaíram os famosos míscaros – “amarelos”, boletos (cepas), sanchas e tortulhos -, as castanhas, o mel e doces caseiros, ovos, frutos secos e legumes; e um magusto tradicional.

O programa terminou com a comemoração do 10.º aniversário da AAEB e com a assinatura da carta de compromisso de adesão da Barranha à rede das Aldeias de Portugal.

“Vamos aos Míscaros” foi um evento organizado pela AAEB e Junta de Freguesia de Eirado, com o apoio da ATA – Aldeias de Portugal, da ADD – Associação de Desenvolvimento do Dão e do Município de Aguiar da Beira.

Adesão da Barranha às Aldeias de Portugal protocolada

Barranha é a única aldeia do concelho de Aguiar da Beira que integra a rede turística das “Aldeias de Portugal” e tem como uma das principais atratividades a nascente do Rio Dão.

A classificação da aldeia foi anunciada, no passado dia 16 de março, no Palco Mundo da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), e protocolada, a 6 de novembro, com a assinatura da carta de compromisso de adesão à rede das Aldeias de Portugal, que contém o plano de valorização da aldeia. O projeto foi trabalhado por um grupo que fez, entre outras coisas, uma inventariação de recursos da aldeia com todo o património natural e construído, tradições, festas, romarias, contos, lendas, cantigas, gastronomia, percursos, atividades tradicionais, personalidades e vivências locais.

O protocolo foi assinado pelos representantes das entidades parceiras: Cláudia Miranda representante da ATA; Francisco Carvalho, presidente da ADD; Virgílio Cunha, presidente da autarquia de Aguiar da Beira; Júlio Baltazar, presidente da Junta de Freguesia do Eirado; e Altino Pinto, presidente da AAEB. Com a integração da Barranha na rede Aldeias de Portugal, o objetivo é atrair visitantes e dinamizar economicamente a localidade.

As Aldeias de Portugal afirmam-se como um novo conceito na abordagem do Turismo Rural, que se diferencia da restante oferta por proporcionar aos seus visitantes a “Experiência da Ruralidade”, através de um produto único e inimitável, mais personalizado, que valoriza a hospitalidade, o lazer, os usos e costumes.

Conselhos para colheita de cogumelos silvestres
Para uma colheita e ingestão saudável de cogumelos silvestres, o Gabinete de Micologia da Câmara Municipal de Aguiar da Beira emitiu alguns conselhos:
1- A colheita deve ser feita sem prejudicar os locais onde aparecem os cogumelos.
2- Deve conhecer muito bem os cogumelos comestíveis e as espécies tóxicas semelhantes. Em caso de dúvida não colha!
3- Não misture na mesma cesta cogumelos comestíveis com outros que não conheça.
4- Não use sachos, enxadas, ancinhos ou outros utensílios que arrastem a caruma ou a folhada para encontrar os cogumelos. Use em alternativa um pau, uma navalha ou outro utensílio que não remova a camada superficial do solo.
5- Quando arrancar o cogumelo tape imediatamente o local. O terreno deve ficar igual conforme o encontrou.
6- Não colha os cogumelos com o chapéu fechado para que liberte alguns esporos. Nesta fase a possibilidade de confusão também é maior.
7- Nunca use sacos de plástico, baldes, caldeiros ou outros recipientes idênticos. Deve usar cestas ou outros recipientes arejados que tenham aberturas laterais e por baixo.
8- Os cogumelos comestíveis que têm inicialmente forma de ovo, como a “Amanita caesarea”, só devem ser colhidos quando o chapéu estiver aberto, nunca em fase de ovo.
9- Não colha os cogumelos demasiado maduros, pois estão contaminados com outros fungos e bactérias que podem ser tóxicos. Deve deixá-los no local.
10- Não colha cogumelos em zonas contaminadas, bermas das estradas, terrenos onde foram aplicados pesticidas ou herbicidas, junto de lixeiras ou esgotos, etc.
11- Não destrua os cogumelos que não conhece, mesmo os venenosos. Deixe-os no local, pois são importantes no ambiente.
12- Não coma o míscaro amarelo (“Tricholoma equestre”) em grandes quantidades e em dias seguidos.
13- Consuma os cogumelos de preferência num espaço de 24h após a colheita.
14- Deve devolver os desperdícios dos cogumelos a locais semelhantes onde foram encontrados ou limpá-los no momento da colheita.

Para qualquer esclarecimento adicional deve dirigir-se ao Gabinete de Micologia do Município de Aguiar da Beira no seguinte horário: 9h-12h30 e as 14h-17h30.
“Em caso de intoxicação, ou aos primeiros sintomas de indisposição (vómitos, náuseas, diarreia, dor abdominal, tonturas), contacte 800 250 250 – Centro de Informação Anti-Venenos, ou o Número Europeu de Emergência –112, ou dirija-se ao hospital mais próximo, e procure levar exemplares dos cogumelos suspeitos de terem provocado a intoxicação, para auxiliar no diagnóstico”, aconselha o gabinete.

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