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Covid-19: Novo regresso à escola

Crianças da creche, pré-escolar e do 11º e 12º anos voltaram às aulas em regime presencial num cenário nunca antes vivido e com muitas novas regras

Cerca de dois meses depois do encerramento das escolas, as creches e os jardins de infância voltaram, a 18 de maio e 1 de junho, a receber as crianças, assim como a Escola Padre José Augusto da Fonseca, em Aguiar da Beira, reabriu, a 18 do mês anterior, as portas para os alunos do 11º e 12º anos, que regressaram às aulas presencias de algumas disciplinas.

Mas, este foi um regresso em moldes nunca antes vistos e, apesar das muitas novas regras e cautelas para prevenir o contágio pelo vírus, à semelhança das restantes escolas do país, nem professores, auxiliares ou alunos foram testados à covid-19. Porém, os edifícios e equipamentos foram desinfetados a fundo por uma equipa do Exército de Viseu, que deu formação aos contínuos, antes da reabertura das escolas.

No regresso à escola, os alunos do 11º só frequentam as quatro disciplinas a que têm exame: filosofia, língua estrangeira e as duas disciplinas bienais de cada um dos cursos. Já os do 12º ano têm as disciplinas trienais, como português, matemática e história.

De máscara, um de cada vez, por circuitos de entrada e saída diferentes, cada qual na sua secretária e com aulas das 9 horas às 12h30; sem convívio nos recreios, sem atropelos nos corredores ou ajuntamentos às entradas; assim é o novo dia a dia dos estudantes do secundário.

“A nova realidade, ao princípio, custa – o uso de máscara na sala de aula, a constante lavagem das mãos, cumprir as normas do distanciamento social -, mas, com o tempo, vamo-nos habituando a estes novos hábitos”, refere João Guilherme.

Nada é como dantes, nem o relacionamento, nem o convívio com os colegas. “Apesar de podermos estar juntos, com as devidas precauções, não é igual, para além disso só temos um intervalo e os autocarros saem mal acabam as aulas, logo não temos muito tempo para conviver”, lamenta o rapaz do 12º B.

“Todos os dias nos cumprimentamos com o pé ou com o cotovelo, com o hábito já levamos este novo cumprimento na brincadeira e chega já a ser automático”, conta a sua colega de turma, Andreia Lopes, que está feliz por voltar à escola, embora sinta algum receio.

“Por um lado, era melhor continuar com o ensino à distância, pois, os riscos são menores e não temos de estar de máscara. Por outro, as aulas presenciais dão outra vivacidade ao conteúdo abordado, podemos tirar dúvidas mais facilmente e o ambiente torna-se mais divertido”.

“Vivemos um período nunca antes imaginado, com medidas igualmente nunca antes vistas, mas o certo é que se justifica. Se é a melhor sensação de sempre? Não! Mas temos respeitado as regras e feito o que podemos para que não haja contacto direto uns com os outros. Melhores dias virão e ainda é isso que nos motiva”, desabafa a jovem.

Os dois estudantes estão numa fase decisiva e têm, no final deste ano letivo, exames nacionais, esperando que esta situação não os afete na conclusão do ensino secundário e no acesso ao superior.

 

Creches e jardins com menos de metade das crianças

As duas creches no concelho, a do Centro Social Padre José Augusto da Fonseca e da Santa Casa da Misericórdia, e os jardins de infância (JI) de Aguiar da Beira e Carapito também tiveram de se adaptar para voltar a receber as crianças. Mas as portas reabriram com menos de metade dos alunos.

Dos 80 alunos matriculados nos JI, até à data desta reportagem, apenas 32 regressaram às salas dos jardins de Aguiar da Beira e de Carapito. Os restantes jardins (Pena Verde e Dornelas) não reabriram por falta de adesão, continuando as crianças com aulas assíncronas, segundo a diretora do Agrupamento de Escolas de Aguiar da Beira.

“Do regresso às aulas presenciais é feito um balanço positivo, tudo decorre com normalidade, estando a ser cumpridos os requisitos de segurança e todas as orientações emanadas pela tutela”, afirmou Elisabete Bárbara. Mas, relativamente aos alunos que continuam em casa, o nosso jornal sabe, por alguns pais, que várias crianças deixaram de ter acompanhamento à distância dos educadores, o que não era suposto.

Também a adaptação à nova realidade, por parte dos alunos e dos colaboradores da creche do Centro Social Pe. Fonseca, “está a ser boa”. “As crianças de uma maneira geral reagiram bem, não estranharam muito as máscaras e adaptaram-se bem. Estavam com saudades do espaço, dos amigos e isso notou-se. As colaboradoras também se adaptaram bem”, referiu Sónia Amaral.

Porém, a adesão foi igualmente a “conta gotas”: “de um total de 30 crianças, nos primeiros quinze dias só tivemos sete. Esta semana já tivemos 18”, disse a diretora da instituição, acrescentando que “ainda há pais que estão em casa com os filhos mais velhos, até 26 de junho, ficando também com os mais pequenos. E há alguns que terão receio”.

Entre outras regras, as crianças das creches e jardins passaram a ser recebidas por um assistente operacional, à porta do estabelecimento, estando proibida a circulação de pessoas externas no interior do recinto; na entrada da escola, os meninos e meninas, assim como educadores e auxiliares, trocam o calçado que levam de casa por outro apenas utilizado naquele edifício; há circuitos de entrada e saída das salas; todos os alunos e o pessoal docente e não docente desinfetam as mãos várias vezes ao longo do dia; e apenas os adultos usam máscara.

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