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“Idosos precisam de nós mais do que nunca”

Augusta Baltazar é auxiliar de serviços gerais no Centro Social Paroquial de Dornelas, uma das maiores estruturas residenciais do setor social no concelho. Jovem de 26 anos fala dos medos, cuidados e esforços que estão a ser feitos para proteger grupo de risco. Um testemunho saído do “coração” desta profissional para o nosso jornal, que poderá ler agora e também na próxima edição impressa

“Muito se fala nos auxiliares de saúde, enfermeiros e médicos. Só há bem pouco tempo é que se começou a falar das instituições do setor social, os lares. Não estou diretamente na linha da frente a lidar com o vírus, mas tenho em cima de mim uma grande responsabilidade, cuidar dos idosos. Saio todos os dias de casa com medo de estar infetada e poder contagiá-los. Eles, que são o maior grupo de risco, precisam de mim mais do que nunca. Tenho a certeza de que tenho todos os cuidados de higiene, mas existe sempre aquele medo… E se estou infetada?

Os últimos dias não têm sido fáceis. Vê-los todos separados uns dos outros e com alguns sem terem noção do que se está a passar, deixa-me triste, mas certa de que estou a fazer o melhor por eles e melhores dias virão. Foram muitas as mudanças, aumentaram ainda mais os cuidados. Passei a trabalhar sete dias por semana, 12 horas por dia. Como aguentas? É a pergunta que mais me fazem. Não é fácil, não vou mentir, mas se é para o bem deles, é o melhor. A nível de cuidados, passei a ter que andar com máscara, bata e luvas, que já faziam parte dos nossos cuidados. Também, os cuidados foram alterados. Puxadores de portas, interruptores de luz, têm que ser desinfetados pelo menos seis vezes ao dia, espaços arejados entre 6 a 12 horas por dia, casas de banho sempre desinfetadas cada vez que são utilizadas pelos clientes.

Cada dia sai uma nova ordem, e no Centro Social Paroquial de Dornelas, onde trabalho como auxiliar de serviços gerais, têm sido cumpridas há risca, estando mesmo certas de que nada de mal nos acontecerá.

A minha opinião à cerca deste surto da Covid-19 é apenas uma: os lares têm que se tornar prioridade nesta pandemia. Precisamos de testes com urgência. É preciso ter noção de que estamos a lidar com um grupo de risco enorme. Temos que ter certezas e não dúvidas. Eu saio de casa para cuidar dos vossos que também são nossos.”

Não perca este e outros testemunhos emocionantes de pessoas que “fazem das tripas coração” para que a pandemia tenha o menos impacto possível, na próxima edição impressa do jornal +Aguiar da Beira, a 11 de abril.

Mais do que nunca também nós precisamos de todos. Torne-se assinante!

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