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Município cria “ciclovia” em Aguiar da Beira

Rede ciclável urbana apresenta erros técnicos que colocam em perigo utilizadores e está a gerar críticas na população

É um dos assuntos mais controversos do momento em Aguiar da Beira. O Município criou, em meados de outubro, uma via ciclável unidirecional (no sentido do trânsito) que percorre as avenidas e pontos principais da vila.

Na opinião geral das pessoas ouvidas pelo nosso jornal não se justifica o investimento de cerca de 113 mil euros (valor de custo da obra) numa infraestrutura que não cumpre as boas práticas de construção de uma rede ciclável urbana, colocando mesmo em perigo os seus utilizadores.

Na análise que Paulo Guerra dos Santos, mestre em engenharia civil na área de especialização de vias de comunicação e transportes, fez ao nosso órgão de comunicação social, a largura da via ciclável não tem as dimensões recomendadas de 1,50m – no sítio mais largo não ultrapassa os 0,80m, sensivelmente – para proporcionar uma circulação em segurança; em alguns locais da ciclovia, do lado direito, existem lugares de estacionamento, sem que haja uma sobre-largura entre o estacionamento e o corredor para bicicletas, de forma a reduzir o risco de acidente entre ciclistas e a porta dos veículos; não existe sinalização horizontal ou vertical no início das faixas a indicar que é uma via para velocípedes; entre outras situações não recomendadas, apontou o especialista em construção de ciclovias e promotor do uso da bicicleta, que é natural de Dornelas.

Os corredores criados para a circulação de ciclistas resumem-se à marcação de uma linha descontínua de cor branca entre a linha do eixo da faixa de rodagem, a guia externa e o lancil/berma, sendo o piso em alcatrão e da mesma cor da estrada, o que faz gerar alguma confusão aos transeuntes.

Questionado se a obra está terminada, o presidente da autarquia aguiarense disse que a via ciclável é marcada somente com linhas de tinta branca e “a faixa exterior da estrada, pelo menos nalguns troços, vai ser suprimida para não confundir”, referindo que a largura do corredor é suficiente e não representa um perigo para os utilizadores, porque “nesses 80 centímetros a bicicleta cabe, agora o automobilista, que tem o seu espaço, obviamente tem é de reduzir a velocidade a 40/50km/h”.

Virgílio Cunha acrescentou que este é um projeto no âmbito da “Mobilidade Suave” da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões (CIMVDL) e que se “pretende que seja o início de uma transformação de hábitos para estilos de vida mais saudáveis, onde o andar a pé e o circular de bicicleta serão modos de deslocação e transporte válidos e privilegiados, em detrimento do automóvel”.

A rede ciclável urbana de Aguiar da Beira tem cerca de 5 km e está instalada nas principais artérias da vila, permitindo a ligação dos locais estratégicos, de utilização diária intensa, dos quais são exemplo as instituições de ensino, a câmara municipal e o centro de saúde.

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