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Problema global

Altino Pinto | Diretor

À hora em que escrevo este texto já estamos perante uma pandemia. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o novo coronavírus – Covid-19 passou de uma epidemia – “um surto de uma doença que se espalha, a nível local, regional ou nacional, de forma inesperada” – para uma pandemia – “a disseminação mundial de uma nova doença” que afeta um número elevado de pessoas. Esta nova definição não é propriamente uma surpresa, devido ao ritmo alucinante a que se alastrou a doença. São já mais de 118 mil pessoas infetadas de 115 países, em cinco continentes (apenas a Antártida não regista casos), das quais morreram mais de 4.200, mas mais de metade que apanharam o vírus estão curadas. No nosso concelho não existe ainda qualquer caso ou suspeita de coronavírus, porém é bem provável que venha a acontecer…

No mundo “moderno” não há situação idêntica, e, apesar de os sintomas serem parecidos com os de uma gripe normal, os números e os especialistas provam que o Covid-19 se apresenta como uma doença bem mais grave. Estamos perante um problema de saúde pública mundial, num mundo globalizado, em que o vírus contagioso não escolhe nacionalidades, raças, estratos sociais ou orientações sexuais. Todos estamos sujeitos a contraí-lo e ninguém tem ainda um “remédio” para curar o mal, nem sabe a duração do surto.

Para já, resta-nos continuar a combater a propagação e a aguardar que surjam novos meios para estancar e enfraquecer o vírus. Por todo o lado estão a ser tomadas (e bem) medidas de contenção “drásticas”, que só pecam por tardias. Há edifícios e serviços públicos a encerrar, recurso ao teletrabalho, suspensão de viagens, eventos a serem cancelados. Há até cidades, regiões e países em quarentena obrigatória. É fácil adivinhar no que é que isto vai dar: inevitavelmente numa crise económico-social.

Este cenário de crise de saúde pública internacional, com epicentro na China, depressa está a dar origem a uma crise económica, com os mercados financeiros, a banca, a indústria, o comércio e o turismo a ressentirem-se do abrandamento económico e da dependência mundial daquela nação, que por sua vez levará a uma recessão e a uma consequente crise social, provocada pela previsão de crescimento do desemprego.

Portugal, bem como outros países, estão já a anunciar linhas de apoio financeiro às empresas, como por exemplo: linhas de crédito bonificado, para minimizar os impactos da crise provocada pelo coronavírus, vamos ver se serão suficientes para aguentar a “pancada”.

Devemos, contudo, evitar alarmismos e/ou laxismos e estarmos devidamente informados. Isto não é o fim do mundo, mas também não é uma situação a desprezar. Não há necessidade de uma correria às compras de alimentos e outros produtos de necessidade básica, nem de procurarmos grandes aglomerados de pessoas. Deve imperar o bom senso e a responsabilidade de todos e seguir, até ver, à risca, as recomendações gerais da Direção Geral de Saúde (DGS) para prevenir a infeção provocada pelo coronavírus: tapar o nariz e a boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o cotovelo, nunca com as mãos, e deitar sempre o lenço de papel para o lixo); lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou com um produto à base de álcool; e evitar contacto próximo com pessoas com infeções respiratórias.

O coronavírus ou Covid-19 não é um problema dos chineses, da OMS, da DGS, da comunidade política ou científica, é um problema global, de todos! Exige o compromisso e a resposta séria de toda a humanidade e que cada um de nós faça o seu papel, por si e pelos outros.

 

Altino Pinto

altinopinto@gmail.com

Edição 117, 14 de março de 2020

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