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Todos unidos voltaremos a estar juntos!

Altino Pinto | Diretor

Começo este editorial com a mesma linha de pensamento com que terminei o último: o novo coronavírus ou Covid-19 não é um problema da China, ou da Organização Mundial de Saúde, ou da Direção-Geral da Saúde, ou da comunidade política ou científica, é um problema global, de todos! Exige o compromisso e a resposta séria de toda a humanidade e que cada um de nós faça o seu papel, por si e pelos outros. E é isso que, finalmente, tanto a nível local como global, parece estar a acontecer.

A população demorou a perceber, ou desprezou, a perigosidade deste novo coronavírus, que, em dezembro último, partiu da China para o mundo, colocou países em alerta e fez parar a economia global, atingindo sem olhar a quem e a todos por igual. Já infetou perto de 1,5 milhões de pessoas e matou 73 mil de 184 nações, em cinco continentes (apenas a Antártida continua sem regista casos). Em Portugal já vai em mais de 11 mil infetados e 345 óbitos. Uma realidade inimaginável e, até ao momento, só vista em filmes.

Até ver, apesar de algumas “ameaças” e de já rondar o território, o nosso concelho não regista ainda qualquer caso de Sars-CoV-2. É de aplaudir a atitude e a responsabilidade assumidas, na generalidade, pelos aguiarenses, residentes e não residentes, na prevenção e na contenção da propagação da doença. Há uma clara união, colaboração e solidariedade entre todos: de responsáveis autárquicos, forças de segurança e proteção civil, profissionais de saúde e do setor social, voluntários no apoio à comunidade, trabalhadores dos ramos essenciais e aqueles que foram obrigados a parar, das pessoas que se mantêm em casa e evitam o contacto social aos “nossos” emigrantes, que neste momento, mais do que nunca, queriam abraçar os seus e agarram-se apenas à saudade. De enaltecer, em particular, o grande trabalho que tem sido feito por auxiliares, enfermeiros, médicos, técnicos e diretores das instituições sociais, dando tudo o que têm “e o que não têm” para proteger o maior grupo de risco, os idosos. Também, uma palavra de apreço para com os cerca de 70 voluntários que estão no terreno a prestar apoio a estas pessoas, por quem temos o especial dever de proteção.

Há mais de um mês a vivermos “presos” a este terror, o que mais desejamos é festejar a páscoa, a passagem para uma vida de libertação. Mas, mais uma vez, “somos” chamados a conquistar a liberdade em abril, para que, segundo o nosso presidente da república, possamos usufruir dela em maio.

Apesar da esperança, pois por cá já falam que possamos ter atingido o pico da pandemia e que, talvez, no próximo mês se possa voltar, aos poucos, à normalidade, alguns especialistas consagrados na matéria dizem que ninguém percebeu ainda totalmente as características deste vírus e que este não vai desaparecer, porque já se espalhou e não há ainda tratamento eficaz, nem vacina (processo que poderá levar um ano). A solução, no momento, passa por assegurar a capacidade de assistência dos serviços de saúde, para depois se avançar para uma redução controlada das medidas de emergência, que só poderá acontecer quando se conseguir fazer um número elevado de testes e máscaras para a população e se reduzir a taxa de disseminação do vírus, apontam. Também, ainda não existem certezas quanto à imunidade contra esta doença respiratória, significando, por isso, que ter anticorpos não é sinónimo de estar protegido de uma reinfeção ou de não poder contagiar alguém, nem como será uma provável segunda vaga da doença.

Portanto, como e quando sairemos, de vez, deste “pandemónio”, não sabemos. Sabemos que não podemos “desarmar” e temos, todos, de continuar a conter a propagação do vírus e enfrentar uma grave crise económico-social, provocada por este problema sanitário. Sabemos que terá de ser uma saída coerente e articulada globalmente deste problema que é global. Sabemos que não vai ficar tudo bem, mas que esta “lição” torna-nos mais fortes e preparados para uma mudança comportamental do ser humano, que se quer assente na união e na solidariedade, porque, numa sociedade conectada, o problema de um é o problema de todos. Sabemos que todos unidos voltaremos a estar juntos! Vamos vencer!

 

Altino Pinto

altinopinto@gmail.com

Edição 118, 11 de abril de 2020

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