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EN16 – De estrada nacional obsoleta a potencial turístico

Uma estrada com história, construída na década de 1930.

No trajeto, ao longo dos seus 220 quilómetros de extensão, a EN16 atravessa 14 concelhos: Aveiro, Albergaria-a-Velha, Águeda, Sever do Vouga, Oliveira de Frades, Vouzela, Viseu, São Pedro do Sul, Mangualde, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Guarda, Pinhel e Almeida.

Foi um dos principais itinerários a integrar o plano rodoviário nacional de 1945, ligando um importante porto de mar (Aveiro) à mais movimentada fronteira terrestre portuguesa (Vilar Formoso).

Porém, desde meados da década de 1970, que se apresentava muito congestionada em termos de tráfego, principalmente nos meses de verão. Foi então que começou a ser notória a necessidade de a substituir por uma estrada que permitisse maior fluidez de tráfego, e que também evitasse as curvas perigosas, principalmente nos troços de montanha dos vales dos rios Côa, Mondego e Vouga.

A substituição viria a ser concretizada em 1983, com a inauguração do primeiro troço do IP5.

Desde então, a EN16 é uma estrada pouco movimentada. Atualmente, apenas o troço entre São Pedro do Sul e Vouzela integra a Rede Rodoviária Nacional, e o troço de Vouzela e Oliveira de Frades foi reclassificado como estrada regional. Os restantes troços foram desclassificados.

No entanto, não foi esquecida. Está em curso um projeto de criação de um roteiro turístico no centro do país, denominado “EN16 – Da Costa Atlântica à Linha de Fronteira”, onde as paisagens, o património histórico e a gastronomia se assumem como diferenciadores, de forma a potenciar o turismo ao longo desta estrada nacional, que liga Aveiro a Vilar Formoso, com a finalidade de alavancar a economia e potenciar a região.

Apresenta-se, assim, como produto turístico de excelência, o que permitirá que, futuramente, faça parte das rotas turísticas nacionais, e que seja um ponto de interesse a visitar.

Várias entidades, nomeadamente o Turismo do Centro – que vai promover o projeto na Bolsa de Turismo de Lisboa, em 2023; as Comunidades Intermunicipais da região; a Comissão de Desenvolvimento Regional do Centro; a AHRESP (Associação de Hotelaria e Restauração de Portugal) e a empresa Infraestruturas de Portugal, uniram forças para promover a N16 e desenvolver a estratégia de a tornar num produto idêntico à N2.

De relembrar que a EN2 é uma estrada nacional considerada mítica, a mais longa do país com cerca de 700 quilómetros, ligando o norte (Chaves) a sul (Faro) de Portugal, além de ser a única na Europa com a sua tipologia, e uma das mais extensas do mundo, apenas equiparada à Route 66 americana e à Ruta 40 da Argentina.

Se é certo que apesar de nas últimas décadas se ter registado uma evolução ao nível das infraestruturas, tendo sido criadas novas autoestradas reduzindo, desta forma, as distâncias entre localidades e aumentando a segurança da condução; por outro lado, a consequência desta aposta revelou-se decisiva com o abandono e desmazelo de algumas estradas nacionais.

As rotas turísticas acabam, assim, por se assumir de elevada importância, ao criar mais dinamismo às regiões que as caracterizam, preservando o retrato da identidade do país.

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