SOMOS MENOS, MAIS VELHOS, MAS MAIS QUALIFICADOS
Dados definitivos dos Censos 2021 confirmam que em 10 anos população do Município de Aguiar da Beira reduziu em 4,4% e ficou mais envelhecida, com menos jovens e pessoas em idade ativa. Mas, nível de escolarização aumentou significativamente, assim como houve um crescimento ligeiro do número de alojamentos e edifícios.
Numa década o que mudou no concelho?
O Concelho de Aguiar da Beira perdeu 242 residentes em 10 anos. Em 2011 tinha 5.473 pessoas, enquanto no final de 2021 registava 5.231, o que significa uma perda populacional de 4,4%, revelam os dados definitivos dos Censos 2021, divulgados no final do último mês de novembro. O estudo nacional realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostra que no município havia 2.456 (-124) homens e 2.775 (-118) mulheres. Os resultados preliminares dos Censos 2021, avançados em julho de 2021, indicavam que a população residente no território aguiarense era de 5.228 pessoas, valor que foi agora corrigido para 5.231 pessoas.
Fonte INE
Nas 10 freguesias que compõem o município, apenas a União de Freguesias (UF) de Aguiar da Beira e Coruche aumentou a população em 9,4%, passando de 1.631 para 1.785 pessoas. De resto, a Freguesia de Eirado (-21,3%), UF de Souto e Valverde (-19,5%) e UF de Sequeiros e Gradiz (-18,1%) foram as que mais residentes perderam, seguindo-se Pena Verde (-12,1%), Cortiçada (-7,9), Forninhos (-6,3), Carapito (-4,3), Dornelas (-3,5) e Pinheiro (-0,4).
No espaço de 10 anos entre as duas operações censitárias, verificou-se no Concelho de Aguiar da Beira uma redução da população, nomeadamente jovem até aos 14 anos (-176) e faixa etária entre os 15 e 64 anos (-439). Em contrapartida, o número de pessoas idosas subiu para 2.012 (+373), fixando o índice de envelhecimento ativo em 462,5% (+194,3%), o mais elevado da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões (CIMVDL). A população estrangeira representava 1,19%.
Mas, também se registou uma evolução significativa dos níveis de qualificação. Entre a população com 15 ou mais anos residente no município, 15,3% (+4,8%) completou o 12º ano e 8,3% (+3,7%) finalizou o ensino superior, havendo 9,9% (+3,1%) de especialistas das atividades intelectuais e científicas. A taxa de analfabetismo situou-se nos 9,6%.
Quanto ao número de agregados familiares no concelho, a atualização dos dados revela que eram menos 10 que em 2021, ou seja 2.109, e os alojamentos e edifícios cresceram em número. Havia à data 5.032 (+2,9%) habitações e 4.824 (+2,6%) edificações.
Os dados definitivos do XVI Recenseamento Geral da População e VI Recenseamento Geral da Habitação, divulgados pelo INE, indicam que Portugal tinha 10.343.066 residentes, menos 219.112 do que em 2011, dos quais 4.920.220 homens e 5.422.846 mulheres. Trata-se de uma quebra de 2,1% relativamente a 2011, consequência de um saldo natural negativo.
O saldo migratório, apesar de positivo, não foi suficiente para inverter a quebra populacional, segundo o INE, que sublinha que, em termos censitários, a única década em que se verificou um decréscimo populacional foi entre 1960 e 1970.
O Algarve (3,6%) e a Área Metropolitana de Lisboa (1,7%) foram as únicas regiões que registaram um crescimento da população nos últimos 10 anos. Nas restantes regiões a tendência foi a oposta, com o Alentejo (-7,0%) e a Região Autónoma da Madeira (-6,4%) a observarem as descidas mais significativas.
NA REGIÃO VISEU DÃO LAFÕES E NO DISTRITO DA GUARDA, AGUIAR DA BEIRA FOI O QUE MENOS POPULAÇÃO PERDEU
Os resultados dão conta também que quer no distrito da Guarda, quer na Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões (CIMVDL), Aguiar da Beira é o menos mau, foi quem perdeu menos população.
O distrito da Guarda, com 14 municípios, contabilizava 142.974 residentes, o que significa que perdeu, em 10 anos, 17.965 pessoas, o que representa menos 11,2% relativamente aos Censos de 2011, que registaram um total de 160.939 habitantes.
Todos os concelhos do distrito perderam habitantes, sendo que o concelho de Almeida, localizado junto da fronteira com Espanha, foi o que perdeu o maior número percentual (-18,7%) – passou 7.242 residentes em 2011 para 5.887 em 2021 – e o de Aguiar da Beira o menor (-4,4%).
O município aguiarense é igualmente o que apresentava menor decréscimo na CIMVDL, que em 2011 contava 267.633 habitantes e, 10 anos depois, via a sua população reduzida em 14.856 (-5,6%), passando para 252.777 pessoas residentes no território.
Das 14 autarquias que compõem a região, Sátão é a que constata a redução percentual maior (-11,4%) – 11.030 residentes (em 2011 tinha 12.444) – e apenas o Concelho de Viseu, com mais 277 (0,3%) habitantes, viu crescer a população residente para 99.551.
Na região, mas que não integra a CIMVDL, só mais um concelho apresentou saldo populacional positivo relativamente a 2011. Sernancelhe, distrito de Viseu e CIMDouro, aumentou ligeiramente a população em 21 (0,4%) habitantes, registando 5.692 residentes no ano de 2021.
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