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Pastora Joana dá mais brilho à ‘Fuga das Freiras’

5ª Edição do espetáculo cultural que recria lenda da Nossa Senhora da Lapa regressou com novo enredo e narrativa reinventada.

O cenário natural do Largo dos Monumentos, na vila de Aguiar da Beira, voltou a receber este espetáculo de teatro comunitário, no passado dia 24 de setembro, pelas 21h30.

E, este ano, numa noite fria, mas que não demoveu quem veio assistir, mais um ‘ponto’ foi acrescentado ao ‘conto’.

“Sempre foi esse o objetivo, reinventar” – confidencia-nos no fim da apresentação, Pompeu José, que apoiou na dramaturgia e encenação – “e este ano, é uma história mais simples, que tem mais a ver connosco. É muita gente que está envolvida. É muito tempo de trabalho”. E confessa que voltar a Aguiar da Beira é sempre especial. “É a prova de autonomia. Nós já não entramos no espetáculo. Já é todo representado por gente daqui. Este espaço simbólico tem uma magia muito grande. Aqui recentramo-nos. E tem a ver com trabalho continuado. Sentir que já fazemos parte disto. É muito gratificante”.

Centenas de pessoas viram e aplaudiram o “espetáculo cultural mais emblemático do concelho”, conforme classificou a autarquia, que reuniu muitas dezenas de personagens que representavam as gentes e as atividades típicas da época.

O presidente da câmara municipal, Virgílio Cunha, fez o reconhecimento aos intervenientes, deixando uma mensagem especial de agradecimento a todos os participantes, ao Grupo Trigo Limpo Teatro ACERT e a todas as pessoas presentes na enorme plateia.

O evento organizado pelo município aguiarense teve como parceiros na produção teatral a Cant’Arte Associação Cultural de Aguiar da Beira, com a participação do grupo de teatro Grup’Arte e de figurantes locais. Ao nível musical contou com o Rancho Folclórico de Pena Verde, o Grupo de Concertinas da Farra, o Grupo de Bombos de Carapito e o Conservatório Regional de Música de Ferreirim.

A direção artística ficou a cargo do Trigo Limpo Teatro ACERT Tondela, com dramaturgia, encenação, adereços e figurinos de Ilda Teixeira e Sandra Santos.

Com muita música, luzes e efeitos visuais, este projeto, que se assume como marca cultural de Aguiar da Beira, tem sido “recriado ao longo dos anos, com o objetivo de alimentar o imaginário popular e a memória coletiva do povo”.

O fio narrativo da história seguiu em torno da vida da pastora Joana, a menina, quase adolescente, que não ia à escola nem sabia ler. Passava os dias a pastorear as suas ovelhas e encontrou aquela que viria a ser a sua primeira boneca. Distraiu-se em brincadeiras, o que a fez perder quase todo o rebanho. A sua mãe chateada com a situação, quis queimar a boneca, mas Joana que até então não falava com ninguém, apenas com as suas ovelhas, [todos a consideravam muda], falou e assim surgiu o milagre, e logo a seguir, numa ermida, apareceu a imagem da Senhora da Lapa.

Com um cunho marcadamente contemporâneo, Joana, a pastora, foi uma das novas personagens principais a ser incluída, apresentando um discurso que transmitiu mensagens importantes e das quais se realça: “aproveitarmos as coisas simples, olharmos o sol e os montes verdes, acreditarmos que um novo dia nascerá e com ele virá uma nova esperança”.

 

“Joana” radiante com participação

“É incrível como o tempo voa. Há dois meses estavam a convidar-me para entrar neste desafio e fazer parte deste projeto como «Joana» e, hoje, já apresentámos um espetáculo incrível”, declarou, emocionada, Matilde Bento.

A jovem de apenas 15 anos, que tem o sonho de se tornar atriz profissional, “adorou” a experiência, referindo que “o processo torna-se mais divertido e bonito quando caminhamos ao lado de pessoas incríveis que nos fazem crescer e aprender cada vez mais. Foi magnífico sentir a alegria de fazer o que realmente gosto, sentir o nervoso miudinho antes da estreia e ver a felicidade estampada nos rostos ao fim do espetáculo. O teatro é incrível, faz com que sintamos a magia da personagem que nos faz ir para além de nós e nos faz imaginar. Permite-nos ir onde nunca iríamos e sentir o que nunca sentiríamos. Transforma-nos trazendo magia, pois, viver outras vidas aprofunda a nossa. A «Joana» foi o meu primeiro desempenho como protagonista. Fazer este papel foi trabalhoso, mas foi lindo. Esta menina pastora, sensível e um pouco pestinha, marcou sem dúvida a minha vida, tanto pelo lado da representação como pelo lado pessoal”, confessou a estudante do Agrupamento de Escolas de Aguiar da Beira.

Gratidão foi a palavra encontrada por Matilde para descrever esta feliz experiência. “Estou grata pelas coisas boas que me aconteceram na vida e que ficarão guardadas na memória. Agradeço aos profissionais incríveis com quem tive a sorte de trabalhar e que me ensinaram muita coisa nestes momentos que vou levar para a vida; agradeço a pessoas muito especiais para mim: à Sandrinha e à Ilda por todos os ensinamentos, pela paciência, pelo empenho, pela amizade, pelos conselhos, pela alegria, pelo encorajamento e apoio; agradeço ao Pompeu José por todo o apoio, conselhos e alegria; agradeço aos integrantes do Grup’Arte, muito importantes para mim, que me acolheram e ajudaram; agradeço ao teatro ACERT, como agradeço aos músicos e a todos os elementos da produção que tornaram possível a realização deste espetáculo. Por fim, o meu muito obrigado, do fundo do meu coração, a todo o público, à minha família e aos meus amigos”.

 

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